quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A educação no maranhão vai de mal a pior

NO interio do estado do Maranhão precisamente na cidade de Imperatriz um professor do encino fundamental do colegio josé queroz na Vila vitória aplica prova da UFRS PARA ALUNOS DO 6° ANO., iSTO É UMA VERGONHA

sábado, 18 de junho de 2011

CARCARÁ

Carcará

Por ter vivido no periodo da ditadura militar onde tudo era proibido, e não podendo falar abertamente pois corria o risco de ser preso e torturado porém para fazer suas denuncias, João do Vale faz um paradoxo utilizando a figura de uma ave forte e valente como o carcará. Essa foi a forma que o poeta encontrou para denuciar a real situação que viviam os nordestinos, povo forte e trabalhador ter que estender a mão para pedir um pedaço de pão ,pois eram assolados por secas ou enchentes e para não morrer de fome tinham que deixar sua terra natal e partir para São Paulo em busca de dias melhores. Em 1950 10% da população do estado do Piaui vivia fora de sua terra natal 13% do Ceará 15% da Bahia 17% de Alagoas . Enquanto isso os governantes brasileiros presenteavam a rainha da Inglaterra com um colar contendo 40 pedra de algas marinhas brasileiras.
-“Durma com uma goteira dessa e acorde satisfeito” !!!!!!!.João do Vale

João do Vale

João Batista do Vale nasceu em Pedreiras MA em 11 de Outubro de 1934. Desde pequeno gostava muito de música, mas logo teve de trabalhar, para ajudar a família. Aos 13 anos foi para São Luís MA, onde participou de um grupo de bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os versos). Dois anos depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em boléias de caminhões: em Fortaleza CE, foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni MG, trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro RJ, onde chegou em dezembro de 1950, empregou- se como ajudante de pedreiro numa obra no bairro de Ipanema. Passou a freqüentar programas de rádio, para conhecer os artistas e apresentar suas composições, em maioria baiões. Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez sucesso no Nordeste. Em 1953, Marlene lançou em disco Estrela miúda, que também teve êxito; outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua autoria. Em 1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a idéia do show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Dele participou, ao lado de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará (com José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião (Mozael Silveira). Depois de se afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 Se eu tivesse o meu mundo (com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem do show Opinião, no Rio de Janeiro. Tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta (com João Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo, e Pisa na fulo (com Ernesto Pires e Silveira Júnior), baião de 1957, gravado por ele mesmo. Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia produzido o LP João do Vale convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do Vale, prêmio Sharp de melhor disco regional. Faleceu em São Luís MA no dia 06 de Dezembro de 1996, sendo sepultado em sua cidade natal, Pedreiras."O poeta"

como era carinhosamente conhecido pelos pedrerences


Forró forrado
O show do Forró Forrado foi criado especialmente para João do Vale pelo seu proprietário, seu Adolfo, amigo e admirador do criador de Pena na Pimenta.
Sem gravar discos, por causa da censura, vendendo seus baiões para outros compositores, o poeta estava à margem da indústria cultural. Preocupado com a situação do amigo, seu Adolfo criou o show. Na primeira apresentação, lá estava um grupo de pouco mais de 150 pessoas – a maioria viera para rever e ouvir João do Vale, os que ainda não o conheciam logo se tornaram seus fãs, e o forró transformou-se num sucesso.
Ali, naquele espaço pobre, onde alguns poucos ventiladores aliviavam o calor do salão, a carreira de João do Vale tomou novo impulso, ele passou a acontecer de novo.
A conversa rica e original de João do Vale ia esquentando à medida que os copos se esvaziavam sobre a mesa do boteco e ele, no seu gesto característico, ia libertando os pés das sandálias por debaixo da mesa.
Como todo grande artista, João se antecipou aos cientistas na percepção do mundo social, da tragédia ou da comédia desta vida. Foi assim que, muito antes que a expressão “capilaridade social” ganhasse freqüência na linguagem dos sociólogos, João do Vale já detectava com agudeza o movimento de ascensão que permite a uns poucos sair da miséria para compartilhar da abastança. Em Minha História, ele fala de sua origem pobre e de sua ascensão como artista, mas, quando já com a consciência meio aliviada, no preparamos para festejar sua glória, ele desfaz o jogo de encantamento para terminar denunciando: “Mas o negócio não é bem eu/É Mane, Pedro e Romão/Que também foi meu colega/E continuam no sertão/Não puderam estudar/Nem sabe fazer baião”.

Fim da censura
Em 1975, os ares estavam mais respiráveis, então, João do Vale retornava de Pedreiras para Nova Iguaçu e apresentava, com enorme sucesso, seus show em circuitos universitários.
E ainda esse ano o show Opinião foi reapresentados, após 10 anos da realização do primeiro. Alguns meses depois do segundo show Opinião, João do Vale foi convidado para apresentar-se nos Estados Unidos da América e seu sucesso foi tanto que ele voltou outras vezes.
Em 1976, João preparou e apresentou seu show E agora João? E um de seus melhores momentos era, sem dúvida, o inspiradíssimo xote que colocava um pobre, embora precavida, viúva em maliciosa conversa com um matreiro e assanhado amigo da família. E, lapingochadas à parte, a platéia se deliciava com a desfaçatez, ou melhor, a cara-de-pau dos personagens.
E João do Vale continuou apresentando seus shows por todo o país, vendendo seus LPs, ganhando com direitos autorais.

Doença
Em 1987, quando ia Nova Iguaçu com uma amiga, parou em um restaurante para almoçar. João sentiu-se mal e de repente desabou direto no prato, fulminado por um AVC, mais conhecido como derrame cerebral. Sua acompanhante ficou apavorada e, não se soube se por ignorância ou maldade, saiu correndo e abandonou o local. Então, foi levado inconsciente para o Hospital da Posse de Nova Iguaçu. Sem documento e dinheiro (sua carteira ficara na bolsa da tal acompanhante), foi deixado numa maca e negligentemente abandonado à própria sorte.
Após ficar sem atendimento adequado, teve convulsão e caiu da maca, batendo a cabeça no chão do Hospital. Foi atendido por uma estagiária mais atenta, onde foi reconhecido e a partir daí passou imediatamente de “crioulo sem ter onde cair morto”, para “artista brasileiro negro e talentoso, necessitado de socorro imediato”. Peculiaridades de um país socialmente racista.
João ficou internado por dois anos na ABBR, no bairro Jardim Botânico, para tratar da semi-paralisia do lado direito do seu seu corpo. Nesse período seus amigos se movimentaram para organizar e promover shows em benefício do artista e sua família.
Em 1989 João recebeu alta, onde providenciou a sua aposentadoria, onde passou a viver dessa pensão (cinco salários mínimos) e de direitos autorais.
João do Vale ficou consciente, mas com grande lacunas na memória, cognição afetada, dificuldades na fala, tinha o corpo semi-paralisado e a perna visivilmente atrofiada.

Retorno a pedreiras
Em outubro de 1992 João é homenageado em sua terra natal, com um show no Teatro da Praia Grande. Músicos e intérpretes, de toda uma geração que não pôde vê-lo ao vivo, agora cantavam os sucessos do velho mestre. Na ocasião João revelava que sua intenção era se mudar para a cidade de Pedreiras a fim de passar o resto da sua vida na terra onde nascera.
Então João volta para Pedreiras, mudança fundamental para sua saúde. Ele não cansava de repetir o quanto se sentia bem em sua cidade natal.

Homenagens
Ao completar 60 anos, em 1993, João era lembrado com um show no teatro que levava seu nome, o Espaço Cultural João do Vale, na Praia Grande, em São Luis. Uma semana após o show ele apareceria de surpresa na estréia de Chico Buarque no Canecão, no Rio. Naquele mesmo final de ano, Chico Buarque começou a pensar no projeto de um disco-tributo para João do Vale, com venda a ser revertida para o artista e sua família.
O discou começou a ser gravado, pela BMG – Ariola, em 1994 e tinha direção artística de Chico Buarque, Fagner e Sérgio de Carvalho e participavam vários artistas consagrados trazendo somente composições de João do Vale.
O disco-tributo João Batista Vale recebeu, em 1995, o Prêmio Sharp de melhor disco de música regional.

Morte
No ano de 1996, a saúde João do Vale ia oscilando, apresentando melhoras alternadas com algumas crises.Todo o dia João batia ponto nos jogos de dominó em frente ao Sindicato dos Arrumadores, no centro de Pedreiras. Aos poucos, o estado de João do Vale passava a preocupar cada vez mais. Em 22 de novembro daquele ano, a turma do dominó soube que João não iria para o jogo, pois passara mal e resolvera ficar em casa. No final da tarde foi acometido por um novo acidente vascular cerebral. Apresentando um quadro grave de diabetes, hipertensão arterial e insuficiência renal, no dia 4 de dezembro, sofria seu terceiro e fatal derrame, o que o levou ao coma. E no dia 06 de dezembro de 1996, sexta-feira, às 13h30min, com falência múltipla dos órgãos, morria João Batista Vale, o poeta do povo João do Vale. A pedido seu, antes de morrer, foi enterrado, em 8 dezembro, no modesto cemitério São José, de Pedreiras. Mais de 5 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre, ao som de Pisa na fulô e Carcará, em arranjo para solo de saxofone de Sávio Araújo.

domingo, 5 de junho de 2011

Palocci não convence e fica em situação crítica após nova denúncia

A situação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, piorou muito depois da entrevista que ele concedeu ao Jornal Nacional, na sexta-feira. E se agravou ainda mais depois da divulgação, pela revista Veja, de que o apartamento de 640 metros quadrados que Palocci aluga, em São Paulo, seria de uma empresa dirigida por laranjas, um de 23 anos, outro de 17.

A presidente Dilma Rousseff teve uma reação de desânimo depois de ver a entrevista, de acordo com informações de bastidores do Palácio do Planalto. E teria comentado que Palocci ficou devendo respostas a respeito da lista de clientes, que, segundo ele próprio, foram entre 20 e 25.

No Planalto já se fala que agora o governo deve entrar num clima de transição na área política. Petistas que foram à festa de filiação do deputado Gabriel Chalita ao PMDB, em São Paulo, chegaram a dizer que a situação de Palocci se tornou "insustentável".

Antes mesmo da entrevista do titular da Casa Civil para esclarecer suspeitas de enriquecimento ilícito, Dilma e auxiliares mais diretos avaliavam que o ministro não conseguiria reverter a sua situação pessoal nem a de engessamento do governo.

O ministro Gilberto Carvalho, que ocupa atualmente a apagada pasta da Secretaria-Geral, vem tentando ocupar um pedaço do "vácuo" nas interlocuções do Planalto com setores da base aliada na falta de Palocci, disseram auxiliares de Dilma.

Carvalho sempre é lembrado pelo contato direto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior fiador de Palocci no governo. Carvalho também mantém boa relação com dirigentes do PT contrários à permanência de Palocci, que reclamam da nomeação de aliados para cargos que disputam na aliança partidária governista. A participação ativa de Carvalho na busca de saídas para a crise não se limita a negociações com petistas. Dilma encarregou o ministro de manter conversas permanentes com o vice-presidente Michel Temer e líderes do PMDB.

domingo, 22 de maio de 2011

Lula tenta conter crise e segurar Palocci

Es-presidente telefonou do Panamá para Gilberto Carvalho e disse que governo não pode baixar a guarda





Cargos

Na tentativa de esvaziar a ameaça de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e barrar a convocação de Palocci no Congresso, o governo já acena com cargos para acalmar a base aliada. A previsão é a de que, a partir da próxima semana, o quebra-cabeça do segundo escalão comece a tomar forma final.

Crise com Palocci expõe ausência de regras anticorrupção

A polêmica em torno do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que após deixar o governo Luiz Inácio Lula da Silva e já eleito deputado em 2006 utilizou a empresa Projeto para prestar serviços de consultoria a clientes, chama a atenção para o vácuo legal em torno das situações de conflitos entre os interesses públicos e privados.

Segundo o ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União (CGU), o Congresso não dá "nenhum sinal de disposição" de votar três projetos relacionados ao tema: tornar crime o enriquecimento ilícito de agentes públicos, definir situações em que há conflito de interesses públicos e privados e ampliar a punição a servidores envolvidos em irregularidades.

As três propostas, apresentados em 2005, 2006 e 2009, respectivamente, estão entre as centenas de projetos à espera de votação na Câmara. Se isso ocorrer um dia, e se forem aprovados, esses textos ainda entrarão na fila de propostas a serem analisadas pelo Senado.

Os exemplos de agilidade dos parlamentares para analisar projetos anticorrupção talvez se esgotem com a aprovação, no ano passado, da Lei da Ficha Limpa, após nove meses de tramitação. Em 1999, o Congresso foi ainda mais rápido - menos de dois meses - ao dar aval a um projeto que punia a compra de votos em eleições. E foi só.

terça-feira, 3 de maio de 2011

EUA confirmam que não informaram Paquistão sobre missão contra Bin ...

Para diretor da CIA, trabalho com governo local “poderia ter posto em perigo a missão”
EFE

Texto:



Casa Branca/AFPCasa Branca/AFP

Foto divulgada pelo governo dos EUA mostra Panetta (esq.), da CIA, chegando à Casa Branca para acompanhar a missão contra Bin Laden


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Os Estados Unidos não informaram o Paquistão sobre a operação que resultou na morte do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, neste domingo (1º) porque podia pôr em risco a missão. A afirmação é do diretor da CIA (agência de inteligência americana), Leon Panetta, em uma entrevista à revista Time publicada nesta terça-feira (3).

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Segundo Panetta, os americanos temiam que os paquistaneses "pudessem alertar os alvos". Durante meses, os EUA consideraram um ataque que incluísse a coordenação com outros países, especialmente o Paquistão, mas a CIA descartou a participação de seu aliado porque "qualquer esforço por trabalhar com os paquistaneses poderia ter posto em perigo a missão".

Outro plano, considerado pelos EUA, consistia em um bombardeio ou um ataque com mísseis, mas estas opções foram descartadas devido aos "efeitos colaterais", ou seja, baixas entre a população civil.

Panetta lembra que alguns especialistas estavam preocupados que a operação pudesse repetir os erros que levaram ao fracasso, em 1980, uma tentativa de resgate de reféns americanos no Irã, e outros que temiam uma repetição do ocorrido na Somália, em 1993, quando dois helicópteros americanos foram derrubados.

Panetta, entretanto, chegou à conclusão de que havia elementos suficientes para arriscar o início da missão, e na última quinta-feira (28) houve uma reunião "crucial" na qual o presidente dos EUA, Barack Obama, escutou os argumentos de seus assessores.

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Paquistão confirma que desconhecia a operação

O governo do Paquistão negou nesta terça-feira (2) ter autorizado ou sido informado previamente sobre a operação feita pelas forças especiais dos EUA em Abbottabad, a 100 km da capital Islamabad, contra Bin Laden.

Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores do país manifestou reservas pela "forma que o governo dos Estados Unidos conduziu a operação".

Teste seu conhecimento sobre Osama bin Laden e veja as resposta aqui.

02/05/2011
Você sabe tudo sobre o terrorista Osama bin Laden?

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Hospitais dificultam busca por mãe de bebê abandonado, diz delegado

Titular do 39º DP conta que os funcionários alegaram sigilo do paciente.
Polícia procura dados da mãe do menino na Zona Norte de SP.

O delegado Pedro Luís de Souza, titular do 39º DP (Vila Gustavo), na Zona Norte de São Paulo, disse que está tendo dificuldades para localizar a mãe de um recém-nascido abandonado na capital porque alguns hospitais da região não autorizaram a entrada dos policiais para checar o banco de dados no setor da maternidade. Por isso, ele informou que vai encaminhar ainda nesta quarta-feira (27) um ofício à Justiça pedindo que tenha acesso rápido a essas informações.
O recém-nascido, que o delegado estima ter 5 dias, foi deixado no quintal da casa de um porteiro, na noite desta terça (26). Ronaldo Ayres Gambale havia saído para ir à padaria e, quando voltou, encontrou o menino enrolado em um cobertor. Junto dele, havia uma bolsa com a inscrição "Mãe Paulistana", programa da Prefeitura que auxilia as gestantes.
“Alguns hospitais estão pedindo quatro ou cinco dias para passar as informações e outros se recusaram alegando quebra de sigilo com o paciente. Estou encaminhando um ofício ao juiz-corregedor da Polícia Civil para que ele interceda”, disse o delegado. “É uma coisa que poderia ser agilizada para nos ajudar a concluir as investigações.”
Souza contou que seus policiais foram barrados no Hospital Municipal Vereador José Storopoli e no Hospital Municipal Maternidade - Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva (conhecido como Vila Nova Cachoeirinha). Os dois ficam na Zona Norte. Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde ainda não se pronunciou.
Para o delegado, como “ninguém viu” quem deixou a criança, sua equipe está procurando pela mãe dela. Por isso, a primeira linha de investigação é rastrear os partos dos últimos cinco dias em oito hospitais da região. “Estamos procurando as fichas cadastrais das mães e vamos nas residências para ver se os bebês estão lá. É um trabalho grande, a não ser que surja uma denúncia (sobre o paradeiro da mãe do recém-nascido).”
O bebê está no Hospital São Luiz Gonzaga, no Jaçanã, na Zona Norte, passa bem e deve receber alta em dois dias.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

IPCA-15 de abril fica em 0,77%, ante 0,60% em março

RIO -
Com uma forte alta dos grupos Alimentação e Transportes, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) acelerou neste mês de abril, passando para 0,77%, após uma alta de 0,60% em março. O resultado, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,64% e 0,86%, com mediana de 0,77%.
A taxa foi superior também à apurada em abril de 2010, quando o IPCA-15 subiu 0,48%. Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula taxas de inflação de 3,14% no ano e de 6,44% em 12 meses até abril.
Grupos
Os preços de alimentos e transportes foram os principais responsáveis pela aceleração da inflação medida em abril pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15).
A alta no grupo Alimentação e Bebidas passou de 0,46% para 0,79%, enquanto Transportes saiu de 1,11% para 1,45%. Os grupos foram responsáveis por  0,46 ponto porcentual da variação registrada pelo IPCA-15 no mês, sendo 0,27 ponto porcentual de Transportes e 0,19 ponto de Alimentos, o que significa 60% do índice.
No grupo Transporte, a principal alta foi verificada nos combustíveis, com elevação de 5,26% no mês. A gasolina passou de 0,76% para 4,28%, enquanto o etanol saiu de 4,68% para 16,40%. Também contribuíram as tarifas dos ônibus urbanos (de 0,83% para 0,62%) e intermunicipais (de 1,94% para 0,87%), embora tenham desacelerado em abril.

Na outra ponta, as passagens aéreas apresentaram queda de 9,39% contra uma alta de 29,16% em março. Os automóveis novos continuaram em queda, saindo de recuo de 0,29% para uma baixa de 0,39%.
Entre os Alimentos, contribuíram para a aceleração do grupo a cebola (de 3,67% para 22,56%), o leite pasteurizado (de -0,38% para 1,58%), a batata-inglesa (de 9,66% para 10,05%%), o feijão carioca (de -6,91% para 5,99%), os pescados (de 0,08% para 2,91%), ovo (de 4,22% para 4,43%), frango em pedaços (de 1,53% para 2,45%), e café moído (de 2,09% para 2,10%).

terça-feira, 19 de abril de 2011

ANAXIMENES

Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.) concordava com Anaximandro de Mileto quanto ao a-peiron, e com as características desse princípio apontadas por Anaximandro. Mas postulou que esse a-peiron fosse o Ar.
Foi discípulo e continuador da escola Jônica e escreveu sua obra: “Sobre a natureza”, também em prosa. Dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a luz da Lua é proveniente do Sol.
Enquanto Tales sustentava a ideia de que a água é o bloco fundamental de toda a matéria, Anaxímenes dizia que tudo provém do Ar e retorna ao Ar. Era inquieto.
  • Adágio de Anaxímenes: "Exatamente como a nossa alma, o ar mantém-nos juntos, de forma que o sopro e o ar abraçam o mundo inteiro…"

[editar] A Cosmologia de Anaxímenes

Simplício em seu livro Física nos conta: “Anaxímenes de Mileto, filho de Eurístrates, companheiro de Anaximandro, afirma também que uma só é a natureza subjacente, e diz, como aquele, que é ilimitada, não porém indefinida, como aquele (diz), mas definida, dizendo que ela é Ar. Diferencia-se nas substâncias, por rarefação e condensação. Rarefazendo-se, torna-se fogo; condensando-se, vento, depois, nuvem, e ainda mais, água, depois terra, depois pedras, e as demais coisas provêm destas. Também ele faz eterno o movimento pelo qual se dá a transformação.”
A Terra, acreditava Anaxímenes, foi formada primeiro, e dela, ergueram-se as estrelas, dando a impressão de que estas são rarefações do fogo. A Terra era plana e boiava no Ar. O Sol também era “plano e largo como uma folha” e caminhava através do Ar.
De acordo com uma passagem isolada escrita pelo teólogo sírio Aécio, Anaxímenes pensava que as estrelas eram fixas como “pregos no cristalino”. Ele também alegadamente acreditava que as estrelas não produziam calor por causa de sua grande distância em relação à Terra, o que era uma visão mais acurada do que a de Anaximandro, que considerava as estrelas mais próximas da Terra do que o Sol.
A presunção feita por Anaxímenes de que o Ar estava eternamente em movimento, traz ao pensamento a noção de que o Ar possuía vida – uma crença razoável no contexto primitivo que sempre associou vida com sopro. Há evidências de que Anaxímenes fez analogias entre o Ar-divino que sustenta o Universo e o ar-humano, ou alma, que dá vida aos homens. Sobre isto, Aécio escreve: “Como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém”.
Tal comparação, entre o macrocosmo e o microcosmo, permitiu a Anaxímenes desenvolver o argumento sobre a existência de uma única entidade – o Ar – a sustentar a diversidade de todas as coisas.

[editar] Anaxímenes e a Física Moderna

Anaxímenes diz que as coisas sólidas são ar condensado e que as mais rarefeitas são ar mais rarefeito (assim como a água para Tales, o ar deveria ser meramente uma metáfora do Ar, para Anaxímenes). E dá como exemplo o ar que sai da boca: se assopramos com os lábios mais apertados (fazendo beiço) o ar sai frio, e se "assopramos" com a boca aberta, sai quente.
"A variação quantitativa de tensão da realidade originária dá origem a todas as coisas" é uma forma de se dizer que todas as coisas são diferentes "formas" de Ar original. Isso é muito semelhante à teoria das supercordas, que diz que os quarks (partículas que formam todas as outras, inclusive elétrons, prótons e nêutrons) são como que vibrações de energia: as diferentes partículas seriam mais ou menos como frequências diferentes da vibração da energia (mais ou menos como as notas musicais são vibrações diferentes de um fio; a quarta corda do violão, se tocada enquanto se aperta na primeira casa, faz um dó, na segunda casa, um ré, e assim sucessivamente, porque quanto mais próxima a casa estiver do corpo do violão, maior vai ser a frequência da vibração da corda).
Se a teoria das supercordas estiver certa, Anaxímenes também estava. Pois, se chamarmos o Ar de energia, e sabendo que "quente" e "frio" são estados produzidos pela vibração dos elétrons (quanto mais os elétrons vibram, mais quente a coisa que eles compõem está), ele descreveu a teoria há muito tempo, utilizando expressões e imagens diferentes, como em uma analogia. (Para um estudo e análise mais detalhada sobre Anaxímenes cf. SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros mestres da filosofia e da ciência grega. Porto Alegre: Edipucrs, 2ªed., 2003). Nao podemos confudir Anaximenes com Anaxagoras,são dois filosofos diferentes,com
Anaxímenes, cujo apogeu se deu entre 546 e 525 a.C., mas novo que Anaximandro em uma geração, foi o último do trio de cosmologistas milésios, e de vários modos ele é mais próximo de Tales que Anaximandro, mas seria um erro considerar que com ele a ciência teria regredido em vez de avançar. À semelhança de Tales, Anaxímenes pensava que a Terra deveria repousar sobre algo, mas ele sugeriu o ar, e não a água, como seu colchão. A Terra é plana, e planos são também os copos celestes. Estes, em vez de circularem abaixo e acima de nós durante o período de um dia, circulam horizontalmente em torno de nós, como um capacete girando em torno de uma cabeça (KRS 151-6). O nascer e o pôr dos corpos celestes é aparentemente explicado pelo ângulo formado com a Terra plana. Quando ao princípio de tudo,  Anaxímenes considerava a matéria infinita um conceito muito vago e optou, à semelhança de Tales, por considerar fundamental apenas um dos elementos existentes, e de novo escolheu o ar em vez da água.
Em seu estado estável o ar é invisível, mas quando é movido e condensado ele primeiro se torna vento, em seguida nuvem, depois água e, finalmente, a água condensada se torna lama e pedra. O ar rarefeito torna-se fogo, completando assim a escala dos elementos. Desse modo,  a rarefação e a condensação podem conjurar tudo a partir do ar existente (KRS 140-1). Para sustentar essa afirmação, Anaxímenes apelou para a experiência, na verdade para um experimento – um experimento que o leitor pode facilmente realizar por si mesmo. Sopre em sua mão, primeiro com seus lábios cerrados, depois com a boca aberta: da primeira vez o ar será sentido frio, da segunda será quente. Isso, argumentou Anaxímenes, demonstra a conexão entre a densidade e a temperatura.
O experimento e a percepção de que mudanças de qualidade estão relacionadas a mudança de quantidade definem Anaxímenes como um cientista em potencial. Somente em potencial, no entanto, pois ele não tem os meios para medir as quantidades que invoca, ele não concebe equações que as relacionem, e seu princípio fundamental contém propriedades míticas e religiosas. O ar é divino, e gera divindades a partir de si (KRS 144-6); o ar é nossa alma e é o que mantém nossos corpos unidos (KRS 160).
Os milésios não são portanto físicos de fato, mas também não são construtores de mitos.  Eles não abandonaram os mitos, mas estnao se distanciando deles. Ainda não são verdadeiramente filósofos, a não ser que por “filosofia” se queira dizer apenas ciência em sua infância. Eles fazem pouco uso da análise conceitual e do argumento a priori, que tem sido a ferramenta dos filósofos desde Platão até o presente. Eles são especuladores, e em suas especulações se misturam elementos de filosofia, ciência e religião em uma rica e borbulhante poção.

ANAXIMANDRO

Anaximandro (em grego: Ἀναξίμανδρος; 610 - 547 a.C.) foi um geógrafo, matemático, astrônomo, político e filósofo pré-Socrático; discípulo de Tales. Os relatos doxográficos nos dão conta de que escreveu um livro intitulado "Sobre a Natureza"; contudo, essa obra se perdeu.
Atribui-se a Anaximandro a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do Gnômon (relógio solar) e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega).
Anaximandro acreditava que o princípio de tudo são coisas chamadas apéiron e arché, que apéiron é algo que não tenha vida, e arché que tenha vida, tanto no sentido quantitativo (externa e espacialmente), quanto no sentido qualitativo (internamente). Esse a-peiron é algo insurgido (não surgiu nunca, embora exista) e imortal.
Além de definir o princípio, Anaximandro se preocupa com os "comos e porquês" das coisas todas que saem do princípio.
Ele diz que o mundo é constituído de contrários, que se auto-excluem o tempo todo. O tempo é o "juiz" que permite que ora exista um, ora outro.
Por isso, o mundo surge de duas grandes injustiças: primeiro, da cisão dos opostos que "fere" a unidade do princípio; segundo, da luta entre os princípios onde sempre um deles quer tomar o lugar do outro para poder existir.

Índice

[esconder]

[editar] O Universo de Anaximandro

Representação do possível mapa mundial de Anaximandro.
Anaximandro considerava que a Terra tinha o formato de um cilindro e que era circundada por várias rodas cósmicas, imensas e cheias de fogo.
O Sol era um furo, numa dessas rodas cósmicas, que deixava o fogo escapar. À medida que essa roda girava, o Sol também girava, explicando-se assim o movimento do Sol em torno da Terra. Eclipses se deviam ao bloqueio total ou parcial desse furo.
A mesma explicação era dada para as fases da Lua, que também era um furo em outra roda cósmica. E finalmente, as estrelas eram pequenos furos em uma terceira roda cósmica, que se situava mais perto da Terra, do que as rodas do Sol e da Lua.
"Anaximandro,…, representa a passagem da simples designação de uma substância como princípio da natureza para uma idéia desta, mais aguda e profunda, que já aponta para os traços que irão caracterizá-la em toda a filosofia pré-socrática." (Julian Marías, 'História da Filosofia', Martins Fontes, 1ª edição, 2004, pg.17). -

[editar] O Evolucionismo de Anaximandro

Já em seu tempo, Anaximandro ensinava a evolução das coisas e das espécies. Para ele, os animais nasceram do lodo marinho, e o homem teria se formado, no princípio, dentro de peixes, onde se desenvolveu e donde foi expulso logo que se tornou de tamanho suficiente para bastar-se a si próprio.

[editar] A Cosmologia de Anaximandro

Em seu livro - Física, o pensador Simplício nos relata: "Dentre os que afirmam que há um só princípio, móvel e ilimitado, Anaximandro, filho de Praxíades, de Mileto, sucessor e discípulo de Tales, disse que o a-peiron (ilimitado) era o princípio e o elemento das coisas existentes. Foi o primeiro a introduzir o termo princípio. Diz que este não é a água nem algum dos chamados elementos, mas alguma natureza diferente, ilimitada, e dela nascem os céus e os mundos neles contidos (…) É manifesto que, observando a transformação recíproca dos quatro elementos, não achou apropriado fixar um destes como substrato, mas algo diferente, fora estes. Não atribui então a geração ao elemento em mudança, mas à separação dos contrários por causa do eterno movimento."
Para Anaximandro, o Universo era eterno e infinito. Um número infinito de mundos existiram antes do nosso. Após sua existência, eles se dissolveram na matéria primordial (o a-peiron) e posteriormente outros mundos tornaram a nascer.

Anaximandro, contudo, não acreditava em nenhum deus, para ele todos os ciclos de criação, evolução e destruição eram fenômenos naturais, que ocorriam a partir do ponto em que a matéria abandonava e se separava do a-peiron. O a-peiron era a realidade primordial e final de todas as coisas e, consequentemente, continha toda a natureza do divino em si próprio.
Tudo o que existe, somente existe em função de uma emancipação do ser eterno e portanto ao se separar deste, é digno de castigo.
"De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo. Segundo a necessidade, pois têm de pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, conforme a ordem do Tempo."
Tudo o que nasce, um dia vai morrer. Tudo o que é quente, um dia vai esfriar. Tudo o que é grande, pode ser quebrado em pedaços menores. Fogo pode ser combatido com água, e como resultado, fogo e água deixam de existir.
Assim, Anaximandro conclui que a essência de todas as coisas não pode possuir essas propriedades determinadas que sucumbem ao longo do Tempo. Daí, seu conceito de a-peiron, ser algo ilimitado, infinito, indefinido e eterno.

[editar] Anaximandro e a Física moderna

Algumas de suas idéias são muito semelhantes a opiniões e teorias da Física atual:
  • sua idéia de um mundo que sustenta-se por um equilíbrio de forças é muito semelhante à gravidade e à força centrípeta, forças que mantêm a Terra girando em torno do Sol;
  • sua idéia de que a ação do Sol faz surgirem as criaturas de estrutura simples na água, que depois migram para a terra e adquirem estrutura mais complexa se parece com a teoria da evolução das espécies;
  • sua idéia dos opostos se parece com a teoria de que o vácuo produz partículas (se supõe que, logo depois do Big-Bang, o vácuo tenha produzido pares de partículas e anti-partículas que se exterminavam ao se encontrarem, pois o espaço ainda era muito pequeno e os pares sempre se encontravam); as únicas diferenças entre as teorias são que, para Anaximandro, os pares eram de coisas com propriedades determinadas como frio e calor, e para a Física, aqueles pares eram algo como energia concentrada;
  • para Anaximandro, os contrários revezam-se no tempo, e para os cientistas, os pares se auto-exterminavam - pois eram como +1 (matéria) e -1 (anti-matéria) e, ao se encontrarem, precisavam "saldar" sua dívida de energia.
Se pode sempre supor que Anaximandro tenha chegado, em sua época, às mesmas conclusões a que muitos cientistas chegaram hoje, ainda que por meios diferentes (pois Anaximandro dispunha apenas de sua observação e de sua reflexão); assim como se pode supor que tais teorias físicas tenham sido inspiradas na leitura, por parte dos cientistas, de Anaximandro. Em qualquer das hipóteses, pode-se notar que o filósofo era uma pessoa notável.

QUAL É A ORIGEM DE TUDO?

Segundo a tradição clássica da filosofia ocidental, o primeiro teórico a formular um pensamento mais sistemático fundado em bases racionais foi o grego Tales (cerca de 625 a.C. – 558 a.C.). Sendo o fundador dessa nova forma de pensar, ele é considerado o primeiro filósofo de que se tem notícia, inaugurando a linhagem filosófica dos pré-socráticos (filósofos que vieram antes de Sócrates).
Nascido na cidade de Mileto, uma colônia grega na região da Jônia (atual Turquia), Tales foi matemático, astrônomo e negociante. Herdeiro de conhecimentos ainda mais antigos — como a matemática egípcia e a astronomia babilônica — Tales era tido em sua cidade como um sábio, mas também como um homem prático: conta-se que, utilizando suas habilidades, soube prosperar como um hábil mercador.
O que sabemos sobre as ideias deste filósofo resulta de comentários feitos pelos pensadores gregos que o sucederam, pois não há preservados registros escritos de sua autoria. As principais referências que temos a seu respeito vêm do filósofo Aristóteles.
Tales inaugurou na filosofia a corrente dos pensadores “físicos”: filósofos que buscavam entender e explicar a origem da physis — palavra grega traduzida como natureza, mas cujo significado engloba também a ideia de origem, movimento e transformação de todas as coisas.
Segundo Tales, a origem de todas as coisas estava no elemento água: quando densa, transformaria-se em terra; quando aquecida, viraria vapor que, ao se resfriar, retornaria ao estado líquido, garantindo assim a continuidade do ciclo. Neste eterno movimento, aos poucos novas formas de vida e evolução iriam se desenvolvendo, originando todas as coisas existentes.
Lançando um olhar crítico, tornam-se evidentes as brechas neste raciocínio. Por exemplo, o que dá início a este movimento e o que o mantém? Como um único elemento, a água, poderia se transformar em outra coisa?
Essas falhas, que aos olhos científicos de hoje são evidentes, eram vistas de outra forma na época. Vale lembrar que no momento em que as ideias de Tales foram criadas, os pensamentos racional e filosófico ainda eram bastante povoados por elementos mágicos e mitológicos. Portanto, para um grego antigo, a ideia de que uma coisa simples como a água pudesse se transformar em outra coisa não era absurda.
O grande mérito de Tales, na verdade, não foi a sua explicação aquática da realidade: foi o fato de que, pela primeira vez na história, o homem buscava uma explicação totalmente racional para o seu mundo, deixando de lado a interferência dos deuses.
Tales pode ser tido também como o pai da filosofia unitarista — que busca a explicação de todas as coisas a partir de um único princípio (no caso dele, a água) — e que teria seu maior expoente na figura de Heráclito de Éfeso.
A partir de sua teoria, diversos filósofos pré-socráticos buscaram seus próprios caminhos para explicar a physis. Tales, complementado por Anaximandro e Anaxímenes, formaram o trio da chamada Escola de Mileto e ficaram conhecidos como os physiologoi (estudiosos da physis). Era o início da filosofia e do esforço humano em compreender o espetáculo da existência a partir da racionalidade.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A PÁSCOA E SEUS SÍMBOLOS

O nome páscoa surgiu a partir da palavra hebraica "pessach" ("passagem"), que para os hebreus significava o fim da escravidão e o início da libertação do povo judeu (marcado pela travessia do Mar Vermelho, que se tinha aberto para "abrir passagem" aos filhos de Israel que Moisés ia conduzir para a Terra Prometida).
Ainda hoje a família judaica se reúne para o "Seder", um jantar especial que é feito em família e dura oito dias. Além do jantar há leituras nas sinagogas.
Para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria [2] .
Em tempos antigos, no hemisfério norte, a celebração da páscoa era marcada com o fim do inverno e o início da primavera. Tempo em que animais e plantas aparecem novamente. Os pastores e camponeses presenteavam-se uns aos outros com ovos.

OVOS DE PÁSCOA
De todos os símbolos, o ovo de páscoa é o mais esperado pelas crianças.

Nas culturas pagãs, o ovo trazia a idéia de começo de vida. Os povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes boa sorte. Os chineses já costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida.

Existem muitas lendas sobre os ovos. A mais conhecida é a dos persas: eles acreditavam que a terra havia caído de um ovo gigante e, por este motivo, os ovos tornaram-se sagrados.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.
Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa, foi adotado pelos cristãos, nos século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.

A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate, pode ser justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos, no período da quaresma.

A versão mais aceita é a de que o surgimento da indústria do chocolate, em 1830, na Inglaterra, fez o consumo de ovos de chocolate aumentar.
COELHO

O coelho é um mamífero roedor que passa boa parte do tempo comendo. Ele tem pêlo bem fofinho e se alimenta de cenouras e vegetais. O coelho precisa mastigar bem os alimentos, para evitar que seus dentes cresçam sem parar.

Por sua grande fecundidade, o coelho tornou-se o símbolo mais popular da Páscoa. É que ele simboliza a Igreja que, pelo poder de cristo, é fecunda em sua missão de propagar a palavra de Deus a todos os povos.
CORDEIRO

O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita entre deus e o povo judeu na páscoa da antiga lei. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo.

Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos faraós, comemorou a passagem para a liberdade, imolando um cordeiro.

Para os cristãos, o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu: "morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a vida". É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.


CÍRIO PASCAL

É uma grande vela que se acende na igreja, no sábado de aleluia. Significa que "Cristo é a luz dos povos".

Nesta vela, estão gravadas as letras do alfabeto grego"alfa" e "ômega", que quer dizer: Deus é princípio e fim. Os algarismos do ano também são gravados no Círio Pascal.

O Círio Pascal simboliza o Cristo que ressurgiu das trevas para iluminar o nosso caminho.
GIRASSOL

O girassol é uma flor de cor amarela, formada por muitas pétalas, de tamanho geralmente grande. Tem esse nome porque está sempre voltado para o sol.

O girassol, como símbolo da páscoa, representa a busca da luz que é Cristo Jesus e, assim como ele segue o astrorei, os cristãos buscam em Cristo o caminho, a verdade e a vida.

PÃO E VINHO
O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a Eucaristia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós.
Jesus já sabia que seria perseguido, preso e pregado numa cruz. Então, combinou com dois de seus amigos (discípulos), para prepararem a festa da páscoa num lugar seguro.

Quando tudo estava pronto, Jesus e os outros discípulos chegaram para juntos celebrarem a ceia da páscoa. Esta foi a Última Ceia de Jesus.
A instituição da Eucaristia foi feita por Jesus na Última Ceia, quando ofereceu o pão e o vinho aos seus discípulos dizendo: "Tomai e comei, este é o meu corpo... Este é o meu sangue...". O Senhor "instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar assim o Sacrifício da Cruz ao longo dos séculos, até que volte, confiando deste modo à sua amada Esposa, a Igreja, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que se come Cristo, em que a alma se cumula de graça e nos é dado um penhor da glória futura" [3].
A páscoa judaica lembra a passagem dos judeus pelo mar vermelho, em busca da liberdade.

Hoje, comemoramos a páscoa lembrando a jornada de Jesus: vida, morte e ressurreição.

Colomba Pascal

O bolo em forma de "pomba da paz" significa a vinda do Espírito Santo. Diz a lenda que a tradição surgiu na vila de Pavia (norte da Itália), onde um confeiteiro teria presenteado o rei lombardo Albuíno com a guloseima. O soberano, por sua vez, teria poupado a cidade de uma cruel invasão graças ao agrado.

SINO

Muitas igrejas possuem sinos que ficam suspensos em torres e tocam para anunciar as celebrações.

O sino é um símbolo da páscoa. No domingo de páscoa, tocando festivo, os sinos anunciam com alegria a celebração da ressurreição de cristo.
Quaresma

Os 40 dias que precedem a Semana Santa são dedicados à preparação para a celebração. Na tradição judaica, havia 40 dias de resguardo do corpo em relação aos excessos, para rememorar os 40 anos passados no deserto.

Óleos Santos
A GRANDE CEIA
Na antiguidade os lutadores e guerreiros se untavam com óleos, pois acreditavam que essas substâncias lhes davam forças. Para nós cristãos, os óleos simbolizam o Espírito Santo, aquele que nos dá força e energia para vivermos o evangelho de Jesus Cristo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mais de dois mil vão a enterros de vítimas do atirador; Rio custeia gastos

RIO - A Prefeitura do Rio está custeando sete dos 12 funerais das vítimas do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste. De acordo com a administração do Cemitério do Murundu, em Padre Miguel, duas mil pessoas compareceram durante todo o dia aos quatro sepultamentos das crianças mortas. Além disso, outras seis vítimas foram enterradas em mais dois cemitérios.
Tasso Marcelo/AE
Tasso Marcelo/AE
Comoção no enterro de Milene

Segundo a subsecretária de Assistência Social, Fátima Nascimento, foi oferecida ajuda a todas as famílias, mas cinco preferiram arcar com os custos. Fátima disse que existem famílias muito carentes como a de Igor Moraes da Silva, de 13 anos, cuja mãe Inês Moraes é catadora de papel. Ela esteve no Instituto Médico Legal (IML) para liberar o corpo do filho e precisou ser amparada pelas assistentes sociais da prefeitura depois de ver o menino. Inês saiu do IML sem dar entrevista, pois estava muito abalada.
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Milena Santos do Nascimento, de 14 anos, foi a quarta vítima do atirador a enterrada em Murundu, por volta das 15h. A adolescente foi sepultada sob aplausos de cerca de 200 parentes e amigos. Mais cedo, Bianca Rocha Tavares, Larissa dos Santos Atanásio e Mariana Rocha de Sousa, todas de 13 anos, foram enterradas no mesmo cemitério.
A mãe de Mariana, bastante emocionada, gritava que não conseguiria sobreviver sem a filha. Logo depois, ela passou mal e foi hospitalizada. Pessoas que acompanhavam o sepultamento aplaudiram quando o corpo foi enterrado. Ao todo, 142 pessoas foram atendidas pelos médicos da equipe do Programa Saúde da Família, das quais 13 foram removidas para clínicas e hospitais. A tia-avó da estudante Bianca sofreu um enfarte e foi levada para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo. De acordo com os médicos, a maioria dos atendimentos está relacionada a picos de pressão.
No Cemitério da Saudade, em Sulacap, também na zona oeste, outras quatro crianças foram enterradas: Karina Lorraine Chagas de Oliveira, Laryssa Silva Martins, Luiza Paula da Silveira e Rafael Pereira da Silva. Vários parentes e amigos estiveram no local.
Algumas pessoas também passaram mal e tiveram de ser atendidos pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), como a avó de Karine. "Eu quero minha neta, quero minha neta", gritava ela pouco antes de ser carregada. Outro familiar de uma das vítimas sofreu um acidente vascular cerebral e também foi levado para o Albert Schweitzer.
Por volta das 15 horas, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na zona norte, o corpo de Géssica Guedes Pereira, de 15 anos, também foi sepultado. Em Santa Cruz, a jovem Samira Pires Ribeiro também já foi sepultada. Igor Moraes da Silva, de 13, ainda seria enterrado em Sulacap. Já o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, de 13 anos, segue no IML e será cremado amanhã.
Autoridades. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, chegou por volta de 10h ao local e prestou solidariedade aos familiares das crianças. Logo depois, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, também chegou ao cemitério, acompanhado da chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, e do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte.
De acordo com a subsecretária, uma equipe de 40 assistentes sociais está à disposição dos familiares desde ontem de manhã para dar apoio psicológicos e confortá-los até depois do sepultamento. "No sábado e no domingo, as assistentes sociais vão às casas das famílias (dos alunos da Tasso da Silveira), não só das vítimas da tragédia. Todas as famílias estão muito fragilizadas e serão acompanhadas por tempo indeterminado. Os pais e as crianças têm de recuperar a confiança na escola", afirmou Fátima.
(Com Roberta Pennafort, Pedro Dantas, Camila Tuchlinski e Liana Leite)

Atualizado às 18h



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Homem abre fogo dentro de escola do Rio e mata ao menos 11 crianças

RIO e SÃO PAULO - Pelo menos 11 crianças morreram e cerca de 15 pessoas ficaram feridas após um homem efetuar diversos disparos dentro de uma escola em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, 7. Segundo informações da rádio Estadão ESPN, o atirador também morreu ao ser atingido por um disparo. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, esteve no local. A presidente Dilma Rousseff, após se emocionar ao falar sobre o atentado, decretou luto de três dias no País. 
Tasso Marcelo/AE
Tasso Marcelo/AE
Homem chora em frente ao colégio
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O número de mortos foi corrigido, mais uma vez, no início da tarde pela Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec). Segundo a pasta, são dez meninas e um menino mortos. Entre os feridos, são dez meninas e três meninos. Quatro deles estão em estado grave, de acordo com a secretaria.  As vítimas foram levadas para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e Hospital da Polícia Militar.
O suspeito chegou à Rua General Bernardino de Matos e invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira disparando contra crianças e funcionários que estavam no local, por volta das 8h. De acordo com a polícia, Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, atirou aleatoriamente contra as pessoas que estavam no colégio de ensino fundamental, direcionando os disparos contra a cabeça das vítimas.
Agentes do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) faziam uma fiscalização em uma rua próxima a da escola quando uma criança baleada avisou à equipe que havia um atirador dentro da escola. Policiais militares do Batalhão de Polícia Trânsito Rodoviário e Urbano (BPRV), que acompanhavam a ação do Detro, foram até o local e renderam o suspeito, que foi imobilizado com um tiro na perna.
Segundo testemunhas, o atirador só parou de acionar as duas armas, subindo uma escada, quando policiais chegaram ao local. Ainda conforme informações da Polícia Militar, Oliveira seria ex-aluno da escola e, ao ser baleado, teria se suicidado. O corpo do homem só foi removido do colégio no início da tarde.

Em carta, atirador de Realengo deixa instruções de enterro; corpos estão no IML

SÃO PAULO - A Polícia Militar informou na manhã desta quinta-feira, 7, que o atirador que invadiu uma escola em Realengo, zona oeste do Rio, e matou mais de dez alunos, deixou uma carta que dá a ideia de premeditação do crime. De acordo com o porta-voz da corporação, tenente-coronel Ibis Pereira, o documento está confuso e foi recolhido para ser usado como prova nas investigações do crime.
Reprodução
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Wellington estudou no colégio que atacou
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Porta-voz dos bombeiro fala do atentado
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Ouça a Estadão ESPN ao vivo
"Ele deixou uma carta assinada como Wellington Menezes de Oliveira, sem nenhum sentido, que mostra que entrou determinado a fazer um massacre, uma chacina", falou Pereira em entrevista à rádio Estadão ESPN. Em um dos trechos do documento, com alto teor de fanatismo religioso, o atirador diz ser portador do vírus HIV e que via "impureza nas crianças", segundo o porta-voz da PM.
Oliveira invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira durante o horário de aula fingindo ser um palestrante. Quando questionado, começou a atirar contra os alunos que estavam no colégio, mirando contra a cabeça das vítimas. De acordo com Pereira, o atirador estava com dois revólveres - um calibre 321 e um 38 - com acelerador de disparos e muita munição. Mais de 100 projeteis não deflagrados foram apreendidos.
Baseado no conteúdo da carta, o porta-voz da PM disse que Oliveira tinha um desvio de personalidade. "Ele era um fanático religioso, um quadro de demência religiosa. Ele via nas crianças algo impuro. Só um desvio de personalidade explica um comportamento sociopata dessa natureza. Um ato de estupidez", afirmou Pereira.
Um psicanalista ouvido pela rádio Estadão ESPN afirmou, com base nos dados divulgados pela imprensa sobre o conteúdo da carta, que o atirador tem um perfil de psicose. Segundo ele, a doença faz com que a pessoa viva num mundo próprio e não saiba diferenciar o que é real e fantasia, preferindo sempre optar pela visão de loucura.
Ameaça. Informações ainda não confirmadas dão conta de que Oliveira teria ido à escola há dois dias e ameaçado os diretores do colégio.

sábado, 2 de abril de 2011

Tiririca emprega os amigos humoristas, que ficam em SP, com salário de R$ 8 mil

BRASÍLIA - Deputado mais votado do Brasil, com 1,3 milhão de votos, o palhaço Tiririca (PR-SP) usa dinheiro da Câmara para empregar humoristas do programa A Praça é Nossa. Em 23 de fevereiro, foram nomeados como secretários parlamentares os humoristas José Américo Niccolini e Ivan de Oliveira, que criaram os slogans da campanha eleitoral do deputado. Ambos recebem o maior salário do gabinete, de até R$ 8 mil, somadas as gratificações.
Celso Junior/AE
Celso Junior/AE
Durante a campanha, Tiririca ficou conhecido pelo slogan 'pior do que está não fica'
Niccolini é presença semanal na TV com o personagem Dapena, uma sátira do apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena. No ano passado, durante as eleições, o humorista foi protagonista de um quadro cômico que interpretava os então candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
Os humoristas nomeados por Tiririca moram em São Paulo e não cumprem expediente diário como servidores da Câmara - até porque Tiririca não tem escritório político na capital paulista. Niccolini e Oliveira ajudaram a fazer dois dos slogans principais da campanha: "Vote no Tiririca, pior do que está não fica" e "O que é que faz um deputado federal? Na realidade, não sei. Mas vote em mim que eu te conto".
Ideias. Procurado pelo Estado, Niccolini justificou a sua contratação na Câmara com a seguinte frase: "A gente é bom para dar ideias". "Ele (Tiririca) escolheu a gente porque ajudamos na campanha, só por isso. Porque acredita que podemos dar boas ideias."
Os dois secretários parlamentares de Tiririca fazem parte do grupo de humor Café com Bobagem, que, entre outras coisas, tem parceria com o A Praça é Nossa, programa da emissora SBT, onde conheceram o palhaço há dez anos. Por sinal, é no escritório do Café com Bobagem, em São Paulo, e não num lugar ligado ao mandato de Tiririca na Câmara, que os humoristas contratados trabalham diariamente.

Relatório da PF confirma mensalão no governo Lula

BRASÍLIA - Relatório final da Polícia Federal confirma a existência do mensalão no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de seis anos de investigação, a PF concluiu que o Fundo Visanet, com participação do Banco do Brasil, foi uma das principais fontes de financiamento do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério. Com 332 páginas, o documento da PF, divulgado pela revista "Época", joga por terra a pretensão do ex-presidente Lula de provar que o mensalão nunca existiu e que seria uma farsa montada pela oposição.
Dida Sampaio/AE - 29/6/2005
Dida Sampaio/AE - 29/6/2005
Marcos Valério chega ao Conselho de Ética da Câmara para depor, em 2005
Veja também:
link Vaccarezza rechaça nova versão sobre mensalão

link ACM Neto: PT não terá mais como contestar mensalão

O relatório da PF demonstra que, dos cerca de R$ 350 milhões recebidos do governo Lula pelas empresas de Valério, os recursos que mais se destinaram aos pagamentos políticos tinham como origem o fundo Visanet. As investigações da PF confirmaram que o segurança Freud Godoy, que trabalhou com Lula nas campanhas presidenciais de 1998 e 2002, recebeu R$ 98,5 mil do esquema do valerioduto, conforme revelou o Estado, em setembro de 2006. A novidade é que Freud contou à PF que se tratava de pagamento dos serviços de segurança prestados a Lula na campanha de 2002 e durante a transição para a Presidência - estabelecendo uma ligação próxima de Lula com o mensalão. No depoimento, Freud narrou que o dinheiro serviu para cobrir parte dos R$ 115 mil que lhe eram devidos pelo PT.
O relatório da PF apontou o envolvimento no esquema do mensalão, direta ou indiretamente, de políticos como o hoje ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, do PT. Rastreando as contas do valerioduto, os investigadores comprovaram que Rodrigo Barroso Fernandes, tesoureiro da campanha de Pimentel à prefeitura de Belo Horizonte, em 2004, recebeu um cheque de R$ 247 mil de uma das contas da SMP&B no Banco Rural. As investigações confirmaram também a participação de mais sete deputados federais, entre eles Jaqueline Roriz (PMN-DF), Lincoln Portela (PR- MG) e Benedita da Silva (PT-RJ), dois ex-senadores e o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga.
Segundo a revista "Época", a PF também confirmou que o banqueiro Daniel Dantas tentou mesmo garantir o apoio do governo petista por intermédio de dinheiro enviado às empresas de Marcos Valério. Dantas teria recebido um pedido de ajuda financeira no valor de US$ 50 milhões depois de se reunir com o então ministro da Casa Civil José Dirceu. Pouco antes de o mensalão vir a público, uma das empresas controladas por Dantas fechou contratos com Valério, apenas para que houvesse um modo legal de depositar o dinheiro. De acordo com o relatório da PF, houve tempo suficiente para que R$ 3,6 milhões fossem repassados ao publicitário.

domingo, 27 de março de 2011

Dirceu deve escapar de condenação por corrupção

A história do tribunal mostra que as poucas condenações do STF só ocorreram quando obtidas provas cabais, impossíveis de serem contestadas. Por isso, dizem os ministros, seria praticamente impossível encontrar provas suficientes para condenar José Dirceu por corrupção ativa. Com a prescrição do crime de formação de quadrilha, nada sobraria contra ele no tribunal.
O mesmo vale, por exemplo, para Luiz Gushiken, ex-ministro do governo Lula, denunciado por peculato. Todos os ministros ouvidos reservadamente disseram que não havia sequer indícios suficientes sobre a atuação de Gushiken para que o tribunal recebesse a denúncia contra ele. Argumento semelhante é usado por ministros em relação ao ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), que foi líder do governo na Câmara.
Luizinho responde pelo crime de lavagem de dinheiro. Ministros dizem que o fato de o ex-deputado ter recebido dinheiro supostamente disponibilizado pelo PT, mas sacado do Banco Rural, não poderia ser classificado como lavagem de dinheiro.
Ao contrário do ex-procurador e autor da denúncia do mensalão, Antonio Fernando de Souza, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, nunca conversou diretamente com o ministro do STF, Joaquim Barbosa, relator do caso. Pior: os 12 pedidos de diligência feitos tardiamente pelo procurador-geral em dezembro, acabaram por atrasar o calendário previsto por Barbosa.
Pelo calendário informal do ministro Joaquim Barbosa, toda a instrução do processo estará concluída em abril ou maio. Depois disso, ele terá de analisar as mais de 42 mil páginas, reunidas em mais de 200 volumes, com quase 600 depoimentos e um calhamaço de provas colhidas.
Ao terminar seu voto, o que deve fazer até o final do ano ou no início de 2012, Barbosa repassará todo esse volume de informações para o colega que está incumbido de revisar o caso, o ministro Ricardo Lewandowski. O ministro terá igualmente de ler todos esses documentos para preparar um voto revisor.
Com isso, o processo estaria pronto para ser colocado em pauta no segundo semestre de 2012. Porém, não seria prudente o STF julgar neste período uma ação com potencial para interferir na eleição municipal. O julgamento ficaria para 2013, oito anos depois de descoberto o mensalão.

sexta-feira, 25 de março de 2011

'Ficha Limpa vai ser fatiada como salame', diz ministro

Mariângela Gallucci, da Agência Estado
Brasília - Fragilizada no Supremo Tribunal Federal (STF), a Lei da Ficha Limpa corre riscos reais de ser ainda mais esvaziada. "A constitucionalidade da lei referente aos seus vários artigos poderá vir a ser questionada futuramente antes das eleições de 2012", admitiu o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro do STF e defensor da lei, Ricardo Lewandowski. Segundo ele, nesse futuro exame "a lei vai ser fatiada como um salame e será analisada alínea por alínea".

Veja também:
link
Ficha Limpa para 2012 beneficia deputado foragido em Alagoas
linkDecisão causa dúvidas na Assembleia de Minas Gerais
Não há ainda uma lista disponível com os nomes dos políticos fichas sujas que poderão tomar posse em decorrência da decisão do STF. Nesta quinta-feira, 24, Lewandowski afirmou que as posses não serão imediatas. Cada caso terá de ser analisado individualmente pelos ministros relatores. Confirmado que o político teve votos suficientes para se eleger, terão de ser realizadas as diplomações e marcadas as posses.
O STF deverá se posicionar sobre a constitucionalidade da lei se alguma autoridade, partido político ou entidade de classe de âmbito nacional provocar formalmente o tribunal por meio de uma ação. Nessa quarta-feira, 23, os ministros apenas decidiram que a norma, publicada em junho de 2010, não poderia ter sido aplicada na eleição do ano passado, porque a legislação exige que mudanças desse tipo sejam aprovadas com pelo menos 12 meses de antecedência. Uma decisão anterior, do TSE, tinha determinado a aplicação da lei às eleições de 2010.
No Supremo, a lei deverá enfrentar resistência quando tiver a sua constitucionalidade questionada. Pelo menos quatro dos 11 ministros do STF já adiantaram que são contra alguns pontos da norma. O primeiro deles estabelece a possibilidade de um político ser excluído da disputa eleitoral por uma condenação ocorrida no passado.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Friedrich Nietzsche

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Friedrich Wilhelm Nietzsche
Friedrich Wilhelm Nietzsche

Nietzsche em 1882
Nascimento 15 de Outubro de 1844
Röcken, Alemanha
Morte 25 de agosto de 1900 (55 anos)
Weimar, Alemanha
Nacionalidade Alemã
Ocupação Filósofo, filólogo
Magnum opus Assim falou Zaratustra
Escola/tradição Filosofia Contemporânea, Filosofia continental, Romantismo
Principais interesses Epistemologia, Ética, Ontologia, Filosofia da história, Psicologia
Ideias notáveis Morte de Deus, Vontade de Poder, Eterno retorno, Super-Homem, Perspectivismo, Apolíneo e Dionisíaco
Influências
Influenciados
Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844Weimar, 25 de Agosto de 1900) foi um filólogo e influente filósofo alemão do século XIX.[1]

Índice

[esconder]

[editar] Biografia

Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu numa família luterana em 15 de outubro de 1844, filho de Karl Ludwig, seus dois avós eram pastores protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir a carreira de pastor. Entretanto, Nietzsche rejeita a fé durante sua adolescência, e os seus estudos de filosofia afastam-no da tentação teológica. Iniciou seus estudos no semestre de Inverno de 1864-1865 na Universidade de Bonn em Filosofia Clássica e Teologia evangélica. Em Bonn, participou da Burschenschaft Frankonia, a qual acabou abandonando em razão de atrapalhar seus estudos. Por diferentes motivos transfere-se depois para Universidade de Leipzig, mas isso se deve, acima de tudo, à transferência do Prof. Friedrich Wilhelm Ritschl (figura paterna para Nietzsche) para essa Universidade. Durante os seus estudos na universidade de Leipzig, a leitura de Schopenhauer (O Mundo como Vontade e Representação, 1820) vai constituir as premissas da sua vocação filosófica. Aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, Nietzsche é nomeado aos 24 anos professor de Filologia na universidade de Basileia. Adota então a nacionalidade suíça. Desenvolve durante dez anos a sua acuidade filosófica no contacto com o pensamento grego antigo - com predileção para os Pré-socráticos, em especial para Heráclito e Empédocles. Durante os seus anos de ensino, torna-se amigo de Jacob Burckhardt e Richard Wagner. Em 1870, compromete-se como voluntário (exército) na guerra franco-prussiana. A experiência da violência e o sofrimento chocam-no profundamente.
Nietzsche em agosto de 1868
Em 1879 seu estado de saúde obriga-o a deixar o posto de professor. Sua voz, inaudível, afasta os alunos. Começa então uma vida errante em busca de um clima favorável tanto para sua saúde como para seu pensamento (Veneza, Gênova, Turim, Nice, Sils-Maria…): "Não somos como aqueles que chegam a formar pensamentos senão no meio dos livros - o nosso hábito é pensar ao ar livre, andando, saltando, escalando, dançando (… )." Em 1882 ele encontra Paul Rée e Lou Andreas-Salomé, a quem pede em casamento. Ela recusa, após ter-lhe feito esperar sentimentos recíprocos. No mesmo ano, começa a escrever o Assim Falou Zaratustra, quando de uma estada em Nice. Nietzsche não cessa de escrever com um ritmo crescente. Este período termina brutalmente em 3 de Janeiro de 1889 com uma "crise de loucura" que, durando até a sua morte, coloca-o sob a tutela da sua mãe e sua irmã. No início desta loucura, Nietzsche encarna alternativamente as figuras míticas de Dionísio e Cristo, expressa em bizarras cartas, afundando depois em um silêncio quase completo até a sua morte. Uma lenda dizia que contraiu sífilis. Estudos recentes se inclinam antes para um cancro no cérebro, que eventualmente pode ter origem sifilítica. Sua irmã Elisabeth Förster-Nietzsche falseou seus escritos após a sua morte para apoiar uma causa anti-semita. Falácia, tendo em vista a repulsa de Nietzsche ao anti-semitismo em seus escritos. Entretanto, sua irmã morre confortavelmente sob a tutela nazista.[2]
Durante toda a vida sempre tentou explicar o insucesso de sua literatura, chegando a conclusão de que nascera póstumo, para os leitores do porvir. O sucesso de Nietzsche, entretanto, sobreveio quando um professor dinamarquês leu a sua obra Assim Falou Zaratustra e, por conseguinte, tratou de difundi-la, em 1888.
Muitos estudiosos da época tentaram localizar os momentos que Nietzsche escrevia sob crises nervosas ou sob efeito de drogas (Nietzsche estudou biologia e tentava descobrir sua própria maneira de minimizar os efeitos da sua doença).

[editar] Obra

Nietzsche ao lado de sua mãe.
Crítico da cultura ocidental e suas religiões e, consequentemente, da moral judaico-cristã. Nietzsche é, juntamente com Marx e Freud, um dos autores mais controversos na história da filosofia moderna, isto porque, primariamente, há certa complexidade na forma de apresentação das figuras e/ou categorias ao leitor ou estudioso, causando confusões devido principalmente aos paradoxos e desconstruções dos conceitos de realidade ou verdade como nós ainda hoje os entendemos.
Nietzsche, sem dúvida considera o Cristianismo e o Budismo como "as duas religiões da decadência", embora ele afirme haver uma grande diferença nessas duas concepções. O budismo para Nietzsche "é cem vezes mais realista que o cristianismo" (O anticristo). Religiões que aspiram ao Nada, cujos valores dissolveram a mesquinhez histórica. Não obstante, também se auto-intitula ateu:
"Para mim o ateísmo não é nem uma consequência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto" (Ecce Homo, pt.II, af.1)
A crítica que Nietzsche faz do idealismo metafísico focaliza as categorias do idealismo e os valores morais que o condicionam, propondo uma nova abordagem: a genealogia dos valores.
Friedrich Nietzsche quis ser o grande "desmascarador" de todos os preconceitos e ilusões do gênero humano, aquele que ousa olhar, sem temor, aquilo que se esconde por trás de valores universalmente aceitos, por trás das grandes e pequenas verdades melhor assentadas, por trás dos ideais que serviram de base para a civilização e nortearam o rumo dos acontecimentos históricos. E assim a moral tradicional, e principalmente esboçada por Kant, a religião e a política não são para ele nada mais que máscaras que escondem uma realidade inquietante e ameaçadora, cuja visão é difícil de suportar. A moral, seja ela kantiana ou hegeliana, e até a catharsis aristotélica são caminhos mais fáceis de serem trilhados para se subtrair à plena visão autêntica da vida.
Nietzsche golpeou violentamente essa moral que impele à revolta dos indivíduos inferiores, das classes subalternas e escravas contra a classe superior e aristocrática que, por um lado, pelo influxo dessa mesma moral, sofre de má consciência e cria a ilusão de que mandar é por si mesmo uma forma de obediência. Essa traição ao "mundo da vida" é a moral que reduz a uma ilusão a realidade humana e tende asceticamente a uma fictícia racionalidade pura.
Com efeito, Nietzsche procurou arrancar e rasgar as mais idolatradas máscaras. Mas a questão é: que máscaras são essas? Responde, então, que as máscaras se tornam inevitáveis pela própria vida, que é explosão de forças desordenadas e violentas, e por isso, é sempre incerteza e perigo.
A vida só se pode conservar e manter-se através de imbricações incessantes entre os seres vivos, através da luta entre vencidos que gostariam de sair vencedores e vencedores que podem a cada instante ser vencidos e por vezes já se consideram como tais. Neste sentido a vida é vontade de poder ou de domínio ou de potência. Vontade essa que não conhece pausas, e por isso está sempre criando novas máscaras para se esconder do apelo constante e sempre renovado da vida; pois, para Nietzsche, a vida é tudo e tudo se esvai diante da vida humana. Porém as máscaras, segundo ele, tornam a vida mais suportável, ao mesmo tempo em que a deformam, mortificando-a à base de cicuta e, finalmente, ameaçam destruí-la.
Não existe via média, segundo Nietzsche, entre aceitação da vida e renúncia. Para salvá-la, é mister arrancar-lhe as máscaras e reconhecê-la tal como é: não para sofrê-la ou aceitá-la com resignação, mas para restituir-lhe o seu ritmo exaltante, o seu merismático júbilo.
O homem é um filho do "húmus" e é, portanto, corpo e vontade não somente de sobreviver, mas de vencer. Suas verdadeiras "virtudes" são: o orgulho, a alegria, a saúde, o amor sexual, a inimizade, a veneração, os bons hábitos, a vontade inabalável, a disciplina da intelectualidade superior, a vontade de poder. Mas essas virtudes são privilégios de poucos, e é para esses poucos que a vida é feita. De fato, Nietzsche é contrário a qualquer tipo de igualitarismo e principalmente ao disfarçado legalismo kantiano, que atenta o bom senso através de uma lei inflexível, ou seja, o imperativo categórico: "Proceda em todas as suas ações de modo que a norma de seu proceder possa tornar-se uma lei universal".
Essas críticas se deveram à hostilidade de Nietzsche em face do racionalismo que logo refutou como pura irracionalidade. Para ele, Kant nada mais é do que um fanático da moral, uma tarântula catastrófica.
Friedrich Nietzsche em 1861.
Para Nietzsche o homem é individualidade irredutível, à qual os limites e imposições de uma razão que tolhe a vida permanecem estranhos a ela mesma, à semelhança de máscaras de que pode e deve libertar-se. Em Nietzsche, diferentemente de Kant, o mundo não tem ordem, estrutura, forma e inteligência. Nele as coisas "dançam nos pés do acaso" e somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida.
Mesmo assim, apesar de todas as diferenças e oposições, deve-se reconhecer uma matriz comum entre Kant e Nietzsche, como que um substrato tácito mas atuante. Essa matriz comum é a alma do romantismo do século XIX com sua ânsia de infinito, com sua revolta contra os limites e condicionamentos do homem. À semelhança de Platão, Nietzsche queria que o governo da humanidade fosse confiado aos filósofos, mas não a filósofos como Platão ou Kant, que ele considerava simples "operários da filosofia".
Na obra nietzschiana, a proclamação de uma nova moral contrapõe-se radicalmente ao anúncio utópico de uma nova humanidade, livre pelo imperativo categórico, como esperançosamente acreditava Kant. Para Nietzsche a liberdade não é mais que a aceitação consciente de um destino necessitante. O homem libertado de qualquer vínculo, senhor de si mesmo e dos outros, o homem desprezador de qualquer verdade estabelecida ou por estabelecer e estar apto para se exprimir a vida, em todos os seus atos - era este não apenas o ideal apontado por Nietzsche para o futuro, mas a realidade que ele mesmo tentava personificar.
Aqui, necessário se faz perceber que, involuntariamente, Nietzsche cria e cai em seu próprio Imperativo Categórico, por certo, imperativo este baseado na completa liberdade do ser e ausência de normas.
Para Kant a razão que se movimenta no seu âmbito, nos seus limites, faz o homem compreender-se a si mesmo e o dispõe para a libertação. Mas, segundo Nietzsche, trata-se de uma libertação escravizada pela razão, que só faz apertar-lhe os grilhões, enclaustrando a vida humana digna e livre.
Em Nietzsche encontra-se uma filosofia antiteorética à procura de um novo filosofar de caráter libertário, superando as formas limitadoras da tradição que só galgou uma "liberdade humana" baseada no ressentimento e na culpa. Portanto toda a teleologia de Kant de nada serve a Nietzsche: a idéia do sujeito racional, condicionado e limitado é rejeitada violentamente em favor de uma visão filosófica muito mais complexa do homem e da moral.
Nietzsche acreditava que a base racional da moral era uma ilusão e por isso, descartou a noção de homem racional, impregnada pela utópica promessa - mais uma máscara que a razão não-autêntica impôs à vida humana. O mundo para Nietzsche não é ordem e racionalidade, mas desordem e irracionalidade. Seu princípio filosófico não era portanto Deus e razão, mas a vida que atua sem objetivo definido, ao acaso, e por isso se está dissolvendo e transformando-se em um constante devir. A única e verdadeira realidade sem máscaras, para Nietzsche, é a vida humana tomada e corroborada pela vivência do instante.
Nietzsche era um crítico das "idéias modernas", da vida e da cultura moderna, do neo-nacionalismo alemão. Para ele os ideais modernos como democracia, socialismo, igualitarismo, emancipação feminina não eram senão expressões da decadência do "tipo homem". Por estas razões, é por vezes apontado como um precursor da pós-modernidade.
Nietzsche fotografado por Hans Olde no verão de 1899.
A figura de Nietzsche foi particularmente promovida na Alemanha Nazi, tendo sua irmã, simpatizante do regime hitleriano, fomentado esta associação. Como dizia Heidegger, ele próprio nietzschiano, "na Alemanha se era contra ou a favor de Nietzsche".
Todavia, Nietzsche era explicitamente contra o movimento anti-semita, posteriormente promovido por Adolf Hitler e seus partidários. A este respeito pode-se ler a posição do filósofo:
Antes direi no ouvido dos psicólogos, supondo que desejem algum dia estudar de perto o ressentimento: hoje esta planta floresce do modo mais esplêndido entre os anarquistas e anti-semitas, aliás onde sempre floresceu, na sombra, como a violeta, embora com outro cheiro.[3]
… tampouco me agradam esses novos especuladores em idealismo, os anti-semitas, que hoje reviram os olhos de modo cristão-ariano-homem-de-bem, e, através do abuso exasperante do mais barato meio de agitação, a afetação moral, buscam incitar o gado de chifres que há no povo… [3]
Sem dúvida, a obra de Nietzsche sobreviveu muito além da apropriação feita pelo regime nazista. Ainda hoje é um dos filósofos mais estudados e fecundos. Por vários momentos, inclusive, Nietzsche tentou juntar seus amigos e pensadores para que um fosse professor do outro, uma espécie de confraria. Contudo, esta idéia fracassou, e Nietzsche continuou sozinho seus estudos e desenvolvimento de idéias, ajudado apenas por poucos amigos que liam em voz alta seus textos que, nos momentos de crise profunda, ele não conseguia ler.

[editar] Ideias

Nietzsche em 1862
Seu estilo é aforismático, escrito em trechos concisos, muitas vezes de uma só página, e dos quais são pinçadas máximas. Muitas de suas frases se tornaram famosas, sendo repetidas nos mais diversos contextos, gerando muitas distorções e confusões. Algumas delas:
  1. "A filosofia é o exílio voluntário entre montanhas geladas."
  2. "Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmo somos desconhecidos."
  3. "Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."
  4. "O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são."
  5. "Como são múltiplas as ocasiões para o mal-entendido e para a ruptura hostil!"
  6. "Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? - Vitória!".
  7. "Há homens que já nascem póstumos."
  8. "O Evangelho morreu na cruz."
  9. "A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não promete, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada."
  10. "Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada -, tira-se da vida o seu centro de gravidade."
  11. "Para ler o Novo Testamento é conveniente calçar luvas. Diante de tanta sujeira, tal atitude é necessária."
  12. "O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo."
  13. "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade."
  14. "As convicções são cárceres."
  15. "As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."
  16. "Até os mais corajosos raramente têm a coragem para aquilo que realmente sabem."
  17. "Aquilo que não me destrói fortalece-me"
  18. "Sem música, a vida seria um erro."
  19. "E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."
  20. "A moralidade é o instinto do rebanho no indivíduo."
  21. "O idealista é incorrigível: se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno."
  22. "Em qualquer lugar onde encontro uma criatura viva, encontro desejo de poder."
  23. "Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos."
  24. "Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar."
  25. "Se minhas loucuras tivessem explicações, não seriam loucuras."
  26. "O Homem evolui dos macacos? É, existem macacos!"
  27. "Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."
  28. "Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."
  29. "Torna-te quem tu és!"
  30. "Cada pessoa tem que escolher quanta verdade consegue suportar"
  31. "O desespero é o preço pago pela autoconsciência"
  32. "O depois de amanhã me pertence"
  33. "O padre está mentindo."
  34. "Deus está morto mas o seu cadáver permanece insepulto."
  35. "Acautela-te quando lutares com monstros, para que não te tornes um."
  36. "Da escola de guerra da vida: o que não me mata, torna-me mais forte."
Longe de ser um escritor de simples aforismas, ele é considerado pelos seus seguidores um grande estilista da língua alemã, como o provaria Assim Falou Zaratustra, livro que ainda hoje é de dificílima compreensão estilística e conceitual. Muito pode ser compreendido na obra de Nietzsche como exercício de pesquisa filológica, no qual se unem palavras que não poderiam estar próximas ("Nascer póstumo"; "Deus Morreu", "delicadamente mal-educado", etc… ).
Adorava a França e a Itália, porque acreditava que eram terras de homens com espíritos-livres. Admirava Voltaire, e considerava como último grande alemão Goethe, humanista como Voltaire. Naqueles países passou boa parte de sua vida e ali produziu seus mais memoráveis livros. Detestava a prepotência e o anti-semitismo prussianos, chegando a romper com a irmã e com Richard Wagner, por ver neles a personificação do que combatia - o rigor germânico, o anti-semitismo, o imperativo categórico, o espírito aprisionado, antípoda de seu espírito-livre. Anteviu o seu país em caminhos perigosos, o que de fato se confirmou catorze anos após sua morte, com a primeira grande guerra e a gestação do Nazismo.

[editar] Referências nietzschianas

Contudo, no próprio legado do filósofo podemos inferir suas opiniões em relação a outras filosofias e posições. É sumamente importante notar que Nietzsche perdeu o pai muito cedo, seus primeiros livros publicados até 1878, que não expunham suas idéias mais ácidas, ainda assim fizeram pouco ou nenhum sucesso. Que ele ficou extremamente desapontado com o sucesso de Richard Wagner, o qual se aproximou do cristianismo. Teve uma vida errante, com poucos amigos, e sempre perseguido por surtos de doença.
Na sua obra vemos críticas bastante negativas a Kant, Wagner, Sócrates, Platão, Aristóteles, Xenofonte, Martinho Lutero, à metafísica, ao utilitarismo, anti-semitismo, socialismo, anarquismo, fatalismo, teologia, cristianismo, budismo, à concepção de Deus, ao pessimismo, estoicismo, ao iluminismo e à democracia.
Dentre os poucos elogios deferidos por Nietzsche, coletamos citações, muitas vezes com ressalvas a Schopenhauer, Spinoza, Dostoiévski, Shakespeare, Dante, Napoleão, Goethe, Darwin, Leibniz, Pascal, Edgar Allan Poe, Lord Byron, Musset, Leopardi, Kleist, Gogol, Voltaire e ao próprio Wagner, grande amigo e confidente de Nietzsche até certo momento.
Ele era, sem dúvida, muito apreciador da Natureza, dos pré-socráticos e das culturas helénicas.

[editar] Niilismo

Nietzsche em 1869
O legado da obra de Nietzsche foi e continua sendo ainda hoje de difícil e contraditória compreensão. Assim, há os que, ainda hoje, associam suas idéias ao niilismo, defendendo que para Nietzsche:
"A moral não tem importância e os valores morais não têm qualquer validade, só são úteis ou inúteis consoante a situação"; "A verdade não tem importância; verdades indubitáveis, objectivas e eternas não são reconhecíveis. A verdade é sempre subjectiva"; "Deus está morto: não existe qualquer instância superior, eterna. O Homem depende apenas de si mesmo"; "O eterno retorno do mesmo: A história não é finalista, não há progresso nem objectivo".
Outros, entretanto, não pensam que Nietzsche seja um autor do niilismo, mas ao contrário um crítico do niilismo. Pois, para ele o homem pode ser, além de um destruidor, um criador de valores. E os valores a serem destruídos, como os cristãos (na sua obra, faz menção à doença, à ignorância), um dia seriam substituídos pela saúde, a inteligência, entre outros. Tal afirmação se baseia na obra Assim falou Zaratustra, onde se faz clara a vinda do super-homem, sendo criar a finalidade do ser. Tal correspondência é totalmente contrária ao niilismo, pelo menos em princípio. Ou um "niilismo positivo", para Heidegger. Todavia, Nietzsche, contrário ou não, não deixando escapar de suas críticas nem mesmo seu mestre Schopenhauer nem seu grande amigo Wagner, procurou denunciar todas as formas de renúncia da existência e da vontade. É esta a concepção fundamental de sua obra Zaratustra, "a eterna, suprema afirmação e confirmação da vida". O eterno retorno significa o trágico-dionisíaco dizer sim à vida, em sua plenitude e globalidade. É a afirmação incondicional da existência.
Talvez a falta de consenso na apreciação da obra de Nietzsche tenha em parte a ver com os paradoxos no pensamento do próprio autor. As suas últimas obras, sobretudo o seu autobiográfico Ecce Homo (1888), foram escritas em meio à sua crise que se aprofundava. Em Janeiro de 1889, Nietzsche sofreu em Turim um colapso nervoso. Como causa foi-lhe diagnosticada uma possível sífilis. Este diagnóstico permanece também controverso. Mas certo é que Nietzsche passou os últimos 11 anos da sua vida sob observação psiquiátrica, inicialmente num manicômio em Jena, depois em casa de sua mãe em Naumburg e finalmente na casa chamada Villa Silberblick em Weimar, onde, após a morte de sua mãe, foi cuidado por sua irmã.

[editar] Escritos

O arquivo de Nietzsche em Weimar, Alemanha, que guarda muitos de seus manuscritos.
Obras de Friedrich Nietzsche, na ordem em que foram compostas:
  • Humano, Demasiado Humano, um Livro para Espíritos Livres (Menschliches, Allzumenschliches, Ein Buch für freie Geister, versão final publicada em 1886); primeira parte originalmente publicada em 1878, complementada com Opiniões e Máximas (Vermischte Meinungen und Sprüche, 1879) e com O Andarilho e sua Sombra ou O Viajante e sua Sombra (Der Wanderer und sein Schatten, 1880). — Primeiro de estilo aforismático do autor.
  • Aurora, Reflexões sobre Preconceitos Morais (Morgenröte. Gedanken über die moralischen Vorurteile, 1881). — A compreensão hedonística das razões da ação humana e da moral são aqui substituídas, pela primeira vez, pela idéia de poder, sensação de poder, início das reflexões sobre a vontade de poder, que só seriam explicitadas em Assim Falou Zaratustra.
  • A Gaia Ciência, traduzida também com Alegre Sabedoria, ou Ciência Gaiata (Die fröhliche Wissenschaft, 1882). — No terceiro capítulo deste livro é lançada o famoso diagnóstico nietzschiano: "Deus está morto. Deus continua morto. E fomos nós que o matamos", proferido pelo Homem Louco em meio aos mercadores ímpios (§125). No penúltimo parágrafo surge a idéia de eterno retorno. E no último, aparece Zaratustra, o criador da moral corporificada do Bem e do Mal que, como personagem na obra posterior, finalmente superará sua própria criação e anunciará o advento de um novo homem, um além-do-homem.
  • Assim Falou Zaratustra, um Livro para Todos e para Ninguém (Also Sprach Zarathustra, Ein Buch für Alle und Keinen, 1883-85).
  • Além do Bem e do Mal, Prelúdio a uma Filosofia do Futuro (Jenseits von Gut und Böse. Vorspiel einer Philosophie der Zukunft, 1886). Neste livro denso são expostos os conceitos de vontade de poder, a natureza da realidade considerada de dentro dela mesma, sem apelar a ilusórias instâncias transcendentes, perspectivismo e outras noções importantes do pensador. Critica demolidoramente as filosofias metafísicas em todas as suas formas, e fala da criação de valores como prerrogativa nobre que deve ser posta em prática por uma nova espécie de filósofos.
  • Genealogia da Moral, uma Polêmica (Zur Genealogie der Moral, Eine Streitschrift, 1887). Complementar ao anterior — como que sua parte prática, aplicada — este livro desvenda o surgimento e o real significado de nossos corriqueiros juízos de valor.
  • O Crepúsculo dos Ídolos, ou como Filosofar com o Martelo (Götzen-Dämmerung, oder Wie man mit dem Hammer philosophiert, agosto-setembro 1888). Obra onde dilacera as crenças, os ídolos (ideais ou autores do cânone filosófico), e analisa toda a gênese da culpa no ser humano.
  • O Caso Wagner, um Problema para Músicos (Der Fall Wagner, Ein Musikanten-Problem, maio-agosto 1888).
  • O Anticristo - Praga contra o Cristianismo (Der Antichrist. Fluch auf das Christentum, setembro 1888) - Apesar de apontar Cristo, mesmo em sua concepção "própria", como sintoma de uma decadência análoga à que possibilitou o surgimento do Budismo, nesta obra Nietzsche dirige suas críticas mais agudas a Paulo de Tarso, o codificador do cristianismo e fundador da Igreja. Acusa-o de deturpar o ensinamento de seu mestre — pregador da salvação no agora deste mundo, realizada nele mesmo e não em promessas de um Além — forjando o mundo de Deus como a cima e além deste mundo. "O único cristão morreu na cruz", como diz no livro que seria o início de uma obra maior a que deu sucessivamente os títulos de Vontade de Poder e Transmutação de Todos os Valores: uma grande composição sinótica da qual restam apenas meras peças (O Anticristo, O Crepúsculo dos Ídolos e o Nietzsche contra Wagner) não menos brilhantes que a restante obra.
  • Ecce Homo, de como a gente se torna o que a gente é (Ecce Homo, Wie man wird, was man ist, outubro-novembro 1888) — Uma autobi(bli)ografia, onde Nietzsche, ciente de sua importância e acometido por delírios de grandeza, acha necessário, antes de expor ao mundo a sua obra definitiva (jamais concluída), dizer quem ele é, por que escreve o que escreve e por que "é um destino". Comenta as suas obras então publicadas. Oferece uma consideração sobre o significado de Zaratustra. E por fim, dizendo saber o que o espera, anuncia o apocalipse: "Conheço minha sina. Um dia, meu nome será ligado à lembrança de algo tremendo — de uma crise como jamais houve sobre a Terra, da mais profunda colisão de consciências, de uma decisão conjurada contra tudo o que até então foi acreditado, santificado, requerido. (… ) Tenho um medo pavoroso de que um dia me declarem santo: perceberão que público este livro antes, ele deve evitar que se cometam abusos comigo. (… ) Pois quando a verdade sair em luta contra a mentira de milênios, teremos comoções, um espasmo de terremoto, um deslocamento de montes e vales como jamais foi sonhado. A noção de política estará então completamente dissolvida em uma guerra de espíritos, todas as formações de poder da velha sociedade terão explodido pelos ares — todas se baseiam inteiramente na mentira: haverá guerras como ainda não houve sobre a Terra." [5]
  • Nietzsche contra Wagner (Nietzsche contra Wagner, Aktenstücke eines Psychologen, dezembro 1888).

[editar] Manuscritos publicados postumamente

Escreveu ainda uma recolha de poemas, publicados postumamente, com o nome de Ditirambos de Dioniso.
Nietzsche deixou muitos cadernos manuscritos, além de correspondências. O volume desses textos é maior do que o dos publicados. Os de 1870 desenvolvem muitos temas de seus livros publicados, em especial uma teoria do conhecimento. Os de 1880 que, após seu colapso nervoso, foram selecionados pela sua irmã, que os publicou com o título "A vontade de poder", desenvolvem considerações mais ontológicas a respeito das doutrinas de vontade de poder e de eterno retorno e sua capacidade de interpretar a realidade. Entre essas especulações e sob os esforços de intérpretes de sua obra, os manuscritos de 1880 estabelecem repetidamente que "não há fatos, somente interpretações".
Contudo, está disponível a obra Fragmentos Finais, que é baseada na reestruturação feita aos seus manuscritos no Arquivo.VER
No Brasil, alguns trechos desses fragmentos póstumos podem ser encontrados no livro Nietzsche da coleção Os Pensadores, publicada pela editora Abril Cultural.

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